Presença das mulheres na literatura é tema de palestra na segunda-feira,14

Postado por: Eduardo Silva Escrivano

Como parte da programação da campanha Eu Respeito deste mês, será realizada a palestra Letras Brasileiras: a presença feminina. O evento é aberto ao público e vai ocorrer nesta segunda-feira dia 14, às 19h30, no Teatro Glauce Rocha, com transmissão pela TV UFMS. A iniciativa faz parte do Mais Cultura Literário, uma parceria entre a Universidade e a Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul (Aflams).

“Na literatura, a mulher passou de personagem à altura e aqui em Campo Grande, nós temos esse exemplo, com o pioneirismo, força e pujança da nossa Academia Feminina de Letras e Artes”, diz a presidente da Aflams, Deslasnieve Daspet. Ela também reforça as inúmeras parcerias com a UFMS nos últimos três anos. “A Universidade nos abraça e nos dá condições de levar esses eventos a todos. Essa parceria nos enriquece”.

O tema deste mês erá abordado pelo escritor Deonísio da Silva, natural de Siderópolis, em Santa Catarina, professor, escritor e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Ele atuou como docente na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de 1981 a 2003, e foi precursor da criação do curso de Letras na instituição, juntamente com a editora da Universidade. Atualmente é vice-presidente da Academia Brasileira de Filologia e integrante da Academia das Ciências de Lisboa.

O escritor é autor de 35 livros, entre eles o romance histórico “Avante, soldados: para trás”, ambientado na Guerra do Paraguai, publicado também em outros países como Cuba, Portugal e Itália.  A frase: “A mulher é a melhor parte da natureza humana”, dita por uma das personagens, será a linha guia da palestra de segunda-feira.

Ele acredita que em publicações que tratam sobre as guerras, a presença feminina geralmente é ignorada, ou não recebe destaque. “A presença das mulheres nas obras sobre guerras aparece como companheira, no máximo como adorno, enfeite do herói, do herói, masculino, mas a mulher no campo de batalha, a mulher no fronte, quer na guerra, quer na vida, ela é escondida”, explica o escritor.

Além do olhar para o espaço destinado à mulher nas narrativas que têm a guerra como cenário,  o palestrante vai abordar e aprofundar linhas de conhecimento que podem ser aproveitadas pelos estudantes. “Quando você vai estudar a primeira manifestação literária brasileira, que é a Carta do Pero Vaz de Caminha, você não encontra ali a mulher. Não tem nenhuma mulher ali, porque ela estava excluída das navegações. E, ao mesmo tempo, você não encontra a palavra “caravela” e você precisa pesquisar, a partir do levantamento do léxico, isto é, das palavras que compõem uma manifestação literária, o porquê da sua ausência ou da sua presença. Por que a mulher não está ali? Ou quando ela está, é para ser condenada ou dada como exemplos de coisa do que não se faz, com algumas notórias exceções”, diz Deonísio da Silva.

O evento desta segunda-feira integra o Programa Mais Cultura, que ao longo do ano realizará diversas atividades, entre elas o festival de mesmo nome, no segundo semestre, e outras ações incluindo edições do Movimento Concerto e intervenções culturais.

Eu Respeito!

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Texto: Christiane Reis

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