Paratletas se preparam para competição de petra na Esplanada do Morenão

Postado por: Paulo Arakaki Junior

A Esplanada do Morenão tem sido utilizada como espaço para o treinamento de paratletas, em Campo Grande. Com raias demarcadas, o local serve de pista de atletismo e oferece oportunidade de treinamento para a prova de Frame Running, com apoio do projeto Incluir pelo Esporte. 

A coordenadora do projeto de extensão Marina Brasiliano Salerno afirma que o principal objetivo é promover espaços esportivos para pessoas com deficiência. A iniciativa contribui, ainda, para a formação dos estudantes da Universidade, principalmente do curso de Educação Física, bacharelado e licenciatura. “Mesmo com a formação de professores, eles podem levar para as escolas o conhecimento que adquiriram. Assim, ajudarão a promover uma educação física inclusiva”. 

A técnica Marli Cassoli (à esquerda) trabalha para preparar os paratletas para as competições.

A participação técnica da Associação Driblando as Diferenças (ADD), Marli Cassoli, também é fundamental para que o projeto aconteça. Foi essa parceria  que possibilitou a prática de esportes paralímpicos na Universidade.

“Participar deste projeto, para mim, como profissional da área do paradesporto, foi um divisor de águas. Estar inserida no contexto acadêmico, onde além da cedência de espaço físico para desenvolvimento das modalidades, temos esse relacionamento estreito com o meio acadêmico, dá uma visibilidade muito maior ao nosso trabalho”, elogia a técnica.

Os atletas que participam do projeto Incluir pelo Esporte já vinham se destacando em competições. Agora, a novidade é que os participantes podem aproveitar o espaço da Esplanada do Morenão para o treinamento. 

A técnica Marli explica que há quatro participantes que utilizam o local para a prática da petra. O esporte é praticado com o apoio de uma tricicleta, que atua como um suporte para o tronco, com assento, guidão e três rodas. Os atletas não costumam pedalar, mas utilizam os próprios pés para correr.

São dois paratletas em fase de iniciação e dois de alto rendimento. A expectativa é que os paratletas participem de uma competição em São Paulo no fim do ano. “Estamos treinando na Esplanada porque é dentro da UFMS, o local está pintado, raiado. É o que mais se aproxima de uma raia do atletismo. Além disso, temos uma liberdade, o local é calmo”, diz. 

O projeto possibilita a prática da bocha, atletismo e natação.

Selma Vargas Ferreira é uma das paratletas do projeto e conta que pratica a petra desde 2018. A paratleta participou de competições em 2019, quando ganhou medalhas em competições regionais e nacionais. Durante a pandemia, ela teve que interromper os treinamentos, mas retomou a dedicação ao esporte no fim de 2021. “Desde o final do ano passado, eu comecei a treinar na UFMS, quando fui para uma competição em Londrina. Com o projeto Incluir pelo Esporte, tive ajuda dos estagiários do curso de Educação Física e da ADD, que contribuíram muito. Melhorei meu desempenho e, na segunda etapa do nacional, tive um resultado melhor”, celebra.

Para a coordenadora Marina Brasiliano, o projeto tem sido um sucesso, mas nada teria sido possível sem esse apoio. O projeto de extensão, que iniciou com a prática da bocha, agora tem o atletismo paralímpico, que inclui a petra, e a natação, em parceria com a Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte). 

Texto: Mylena Rocha

Fotos: Arquivo/Marli Cassoli