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Ao longo do primeiro semestre de 2022, os paratletas das instituições atendidas pelo projeto Incluir pelo Esporte conseguiram bons resultados em competições nacionais. Segundo a  professora do curso de Educação Física, Marina Brasiliano Salerno, os  resultados alcançados são muito importantes para Campo Grande e Mato Grosso do Sul. “Com isso, o projeto passa a ser mais um espaço de iniciação  esportiva de pessoas com deficiência e também  de alto rendimento”, ressaltou.

No Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de Atletismo, realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, em maio, por exemplo,  participaram várias equipes que possuem parceria com o projeto, entre elas a Associação Campo-Grandense Paradesportiva Driblando as Diferenças (ADD). Na natação, os medalhistas foram: Selma Vargas Ferreira que conquistou medalha de bronze nos 100 metros e medalha de ouro nos 200 metros na prova de Frame Running/Petra Classe RR3, além do recorde do campeonato. Já no lançamento de disco, Jonatas Bernardo Barbosa ficou em quarto lugar na prova de arremesso de peso na classe F.35. Jean Adriano Rodrigues levou a medalha de bronze, nos 5 mil metros na classe T.37, e Jhonatan Bento Gamarra de Campos levou o bronze no arremesso de peso na Classe F.35.

Para Selma competir é emocionante. “Competir é muito bom, incrível. E sentir a emoção da corrida é um misto de nervosismo, calma e concentração. Na competição Petra, eu não tinha noção que estava na frente, só quando assisti o vídeo da prova. No final da competição, minha adversária me passou, claro houve falhas e agora vou corrigir, pois eu tenho convicção que dava para ter forçado mais, e quem é atleta sempre procura  melhorar o desempenho a cada competição”.

Já a equipe de Paranatação Submersos MS conquistou 14 medalhas sendo: dois ouros, seis pratas e seis bronzes na Copa Cearense de Paranatação Troféu Edivaldo Prado, realizado em abril, em Fortaleza.  No Meeting Brasileiro de Natação da Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI), cinco atletas participaram e ganharam sete medalhas de bronze, além da classificação para o Campeonato Brasileiro da CBDI.  Mais de 150 nadadores de vários estados do Brasil correram em busca de boas marcas para o Campeonato que acontece em agosto. O Meeting aconteceu em maio, em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico.

“Foram participações muito importantes, pois atingimos índice para participar do Campeonato Brasileiro. Neste mês teremos outra competição aqui em Campo Grande e esperamos que dê tudo certo”, reforçou a técnica Marli Cassoki. “

Gabriel Henrique Varela de Lima, da equipe Submersos MS, participou pela primeira vez do torneio. “Para mim foi de grande valia, pois pude atravessar o país e representar o esporte, a UFMS, que nos dá incentivo, auxiliando-nos muito. Agradeço como atleta a Universidade, à professora Marina pela disponibilidade da piscina para treinamento, à nossa técnica Maristela, com o amor pelo paradesporto, aos técnicos e estagiários”, falou.

O projeto

O projeto Incluir pelo Esporte é fruto de um Projeto de Ensino de Esporte Adaptado, no qual os acadêmicos do curso tiveram contato com modalidades paralímpicas. Em 2016, foi iniciado como projeto de extensão em esporte adaptado. Com o crescimento das ações e o aumento da demanda, tornou-se Projeto Incluir pelo Esporte em 2017.

“As pessoas que querem iniciar no atletismo, bocha, natação,  podem se aproximar do projeto Incluir pelo Esporte e ter contato com aqueles que já estão participando de competições regionais, nacionais. Assim, o projeto também aproxima pessoas que estão começando, competindo e os profissionais que estão em processo de formação pelo curso Educação Física. É muito importante nossos parceiros estarem na UFMS e representando a instituição e o Estado nas competições. Agradeço aos nossos colaboradores, as professoras Marli e Maristela que se dedicam aos treinamentos e nossos atletas, pois sem eles não teríamos resultados e espaços para essa prática”.

Atleta desde 2016 pela ADD, Nilton César Gonçalves também avalia positivamente a participação no projeto. “A parceria com a UFMS veio somar nos resultados que tive no decorrer do tempo, desde quando entrei. Os estagiários são importantes para somar com a gente, eles passam informações valorosas. Além disso, temos um espaço nosso, um lugar para a gente treinar e se destacar em campeonatos de alto rendimento. Agradeço a UFMS e a ADD, aos estagiários, a professora Marina e Marli Casoli”, falou.

“As competições paralímpicas oficiais são realizadas em piscinas de 50 metros. A única na nossa cidade com essa dimensão é a da UFMS. Isso é muito relevantes para o desenvolvimento desses paratletas e o seu desempenho nas competições. Além da inclusão, também atendemos acadêmicos e servidores da UFMS que apresentam limitações, proporcionando a vivência, a experiência frente à paranatação, uma modalidade pouco desenvolvida em nosso Estado. A parceria nos traz só coisas positivas, além da troca com os nossos estudantes que aprendem muito”, ressalta a professora e técnica de paranatação Maristela Gauna.

Texto: Vanessa Amin/Lúcia Santos

Fotos: Acervo projeto Incluir pelo Esporte