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Cine Art exibe o filme ‘M, o vampiro de Düsseldorf’ nesta quinta-feira (09/09)

Postado por: Administrador

“M, O vampiro de Düsseldorf”, o primeiro filme falado do diretor austríaco Fritz Lang, teve possivelmente como argumento um fato real. A ideia surgiu quando o diretor tomou conhecimento sobre um assassino de crianças, Peter Kürten, que por volta de 1925 cometeu 10 crimes na cidade de Düsseldorf. Inicialmente, à película foi dado o nome “Os assassinos estão entre nós”, mas, como o ultra-conservador Marechal Hindermburg estava no poder, julgou desonra para a Alemanha “poderosa”, conservar o título. O filme reflete, claramente, o clima de terror que predominava na Alemanha, na época da ascensão do nazismo. No período, o cinema alemão entrava em decadência, já notada nos últimos anos do cinema silencioso. Entretanto, alguns filmes como o Anjo azul, A ópera dos três vinténs, Senhoritas de uniforme e M., o vampiro de Düsseldorf são exceções.

Rodado quase exclusivamente no estúdio, M revela o então ator de teatro Peter Lorre (1904-1968 – embora já tivesse participado de outros filmes, anteriormente), o homem de olhos esbugalhados, um dos maiores vilões do cinema. Seu papel é o de um assassino que abusa e mata meninas.

Os recursos sonoros utilizados por Lang chamam a atenção, por sua quase perfeita adequação à narrativa. O que ele fez, foi utilizar o som pré-gravado como “raccords” (ligações) entre as sequências. Mais ainda, dotou o personagem de um elemento musical que o identifica como o assassino. A música empregada por Lang, um leitmotiv (um motivo que, recebendo na primeira apresentação determinado sentido, em todas as repetições torna a lembrar esse sentido, personagem, situação, sentimento ou objeto) foi tirado de Peer Gynt, Suíte I Op. 46, última parte, O castelo do rei, do compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907), “um trecho de um impressionismo musical de grande efeito”, como escreve Stoecklin.

Para realizar M, o vampiro de Dusseldorf, o primeiro filme sonoro a estudar a mente humana, Lang revisou vários casos policiais em busca de inspiração. Muito rigoroso consigo mesmo, internou-se por oito dias em hospital psiquiátrico para documentar aspectos da psiquiatria criminal. Simultaneamente, estudou aspectos da técnica moderna de investigação do crime, resultando num filme ao mesmo tempo documental, porque revela a situação da Alemanha na época, e de dimensão humana, no monólogo dedicado a Peter Lorre. Por outro lado,o diretor empregou pessoas das zonas underground de Berlim, resultando na prisão de várias, no final da produção.

O Cine Art, coordenado pelo professor Doutor Alfredo Salvetti, do departamento de Física da UFMS, é um projeto cultural aberto ao público externo. Ao final do evento, os presentes podem participar de uma discussão sobre o filme apresentado. A entrada é gratuita.

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