Pintura artística do mural da Cidade Universitária será restaurada

Postado por: Eduardo Silva Escrivano

A obra Pantanal Imaginário, que desde 2008 ocupa o mural do corredor central da Cidade Universitária, será restaurada. A previsão é de que o trabalho inicie na sexta-feira, 3, e siga até outubro deste ano com entrega durante o Festival Mais Cultura 2021. A manutenção da pintura é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Esporte (Proece) e será feita em função das reformas realizadas na região nos últimos anos.

Segundo a coordenadora do projeto de restauração Mariana Cavalcanti de Brito, o trabalho será feito pelo próprio autor da obra Apres Gomes, que naquele ano era estudante do curso de Artes Visuais. “Na época, o professor propôs aos estudantes que apresentassem sugestões para o mural e a proposta aprovada pela Universidade foi a do acadêmico”, lembra.

O professor Darwin Antônio Longo de Oliveira ministrava aulas de desenho e pintura. Ele propôs que o mural recebesse uma obra artística e conta que, por meio de projeto de extensão, fez a sugestão e apresentou aos estudantes o tema “Pantanal” .

Segundo o professor, como a obra fica exposta o tempo todo, a tendência é que a cor perca a vivacidade. Com a restauração será possível fazer o complemento de tinta para que permaneça por mais tempo, não perdendo intensidade cromática de contraste. “Toda essa manutenção do bem artístico demonstra sensibilidade dos gestores”, diz o professor, que atualmente está aposentado.

O artista visual Apres Gomes destaca que a restauração revela cuidado muito grande por parte da Universidade com as obras de arte e cultura. “Ver o interesse da gestão em cuidar da manutenção de um patrimônio de valor inestimável me deixa muito feliz. Não tenho como definir em palavras o que significa ter uma obra dentro de um espaço como esse”, diz.

Interação

Algumas curiosidades envolvem a obra Pantanal Imaginário. Em 2008 quando o então estudante trouxe para a realidade as cores e os traços, a própria comunidade interagiu com o artista. “Lembro que na ideia inicial não havia previsão de uma onça na pintura, mas todos os dias uma pessoa passava por ali e perguntava sobre a onça, então eu coloquei escondida no cenário e até hoje isso é motivo de conversas entre os estudantes”, conta o artista.

O biólogo Douglas Alves, fez mestrado em Biologia Animal no Instituto de Biociências (Inbio) da UFMS, entre os anos de 2018 e 2020. Ele conta que por inúmeras vezes a pintura de Apres Gomes foi assunto entre os acadêmicos. “É bem interessante, porque a onça está na pintura de uma forma bem discreta. A onça tem camuflagem muito específica que confunde na vegetação, na paisagem”.

A exemplo do que ocorreu em 2008, o espaço onde está a obra não será fechado, assim a comunidade poderá acompanhar o trabalho de restauração da pintura.

Texto: Christiane Reis